quinta , 13 de dezembro

Um Museu de se lhe tirar o chapéu!

Visita ao Museu da Chapelaria em S. João da Madeira

No passado dia 27 de Setembro, vinte e cinco idosos do Serviço de Apoio Domiciliário e da comunidade aderiram ao programa “Tarde bem passada em... São João da Madeira”. Esperava-nos uma visita ao Museu da Chapelaria e acabar a tarde com um agradável lanche no Parque da Sr.ª dos Milagres.

Na viagem para lá, em conversas paralelas das senhoras ouvia-se – “Ao menos saímos de casa! Sim, porque em casa o trabalho nunca acaba” e, “faz-nos bem sair, enquanto vamos e vimos vemos pessoas e coisas diferentes,... arejamos a cabeça!”.

Os homens opinavam sobre os vários percursos e a melhor forma de chegar ao destino. O Sr. Martins, com as suas 87 primaveras, dizia que tinha sido Instrutor de Condução em São João da Madeira há mais de 60 anos, e afirmava – “Eu conheço lá tudo, e ensinei muitos industriais a conduzir!” O Sr. Manuel, antigo funcionário da Junta Autónoma de Estradas, retorquia que quem conhecia aquilo tudo era ele e falava do nome das ruas e das várias industrias que a «cidade do labor» acolhia.

Chegados ao nosso destino, já só murmuravam: - “Isto está tão diferente! Não reconheço nada! Como isto era e como está! Já não encontrava nada!”. E todos se enroscaram nos seus bancos, uma vez que já não se atreviam a dar palpites.

Finalmente chegámos ao Museu da Chapelaria, um edifício grande, imponente e muito bonito. Apressámo-nos a entrar. As fotografias gigantescas da entrada e da recepção deixaram-nos muito admirados e fizeram recordar outros tempos em que os homens não saíam à rua sem o seu chapéu de feltro.

Fomos recebidos por uma simpática guia com um chapéu de estilo “Dallas” e por um antigo funcionário da fábrica, agora transformada em Museu, também ele muito elegante, com o seu chapéu de feltro, por cima dos cabelos brancos de 80 anos.

A empatia do nosso grupo com os guias, foi imediata e a visita decorreu lindamente e todos estiveram muito atentos ao processo de fabrico de um chapéu de feltro, que ninguém fazia ideia que fosse tão complicado e tão demorado.

Adorámos o contraste das máquinas antigas com a modernidade das instalações e sentimo-nos muito bem naquele espaço. No final da visita, conduziram-nos a uma sala/atelier enorme, onde todos se sentaram distribuídos por grupos.

O passo seguinte era construir uma miniatura de chapéu e no final decorá-lo. Ficaram todos receosos: -“Olha agora a recortarmos papel!” O desafio estava lançado e para não fazerem parte de fracos, todos colocaram mãos à obra e com tesouras e cola, uma ajuda aqui, outra acolá, todos concluíram a sua tarefa e iniciaram a decoração dos chapéus.

Uns mais artistas do que outros, quiseram escrever a data e o local, para recordarem mais tarde o momento e no final foi preciso dizer que era tarde e que tínhamos que ir embora e mesmo assim, alguns queriam ficar a aperfeiçoar a sua peça.

Despedimo-nos dos simpáticos companheiros da visita, mas antes tirámos uma foto de grupo, para mais tarde recordar esta fantástica visita, a um museu que «é de se lhe tirar o chapéu!». Se ainda não conhece, siga o nosso conselho e vá até lá porque vale a pena. Para público de qualquer idade.

Sugerimos:
http://www.museudachapelaria.blogspot.com


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